sábado, 14 de março de 2015

A minha filha é um penso absorvente!


Esta fase dos 19 meses é de tal modo deliciosa que ando, com certeza, com a glicemia nos píncaros de tanto mel.

A expressividade e a capacidade de expressão da CLSM aumentam exponencialmente sempre que pisco os olhos duas vezes. Juro! (Sim, também estou a sentir as penas de mãe patinha a esvoaçarem e a baba a escorrer...)

Mas há um lado muito curioso que me tinha escapado até agora: por vezes parece que nos vemos ao espelho. Em versão mini me

Ela absorve tudo, os trejeitos, a forma de reagir às coisa e as frases, entoações e expressões.

Absorve. O bom e o mau.

Os resultados? São estes:


      CLSM - versão sou bem disposta (leia-se gozona) como os meus pais:

         Estamos os 3 num restaurante e entra um motard de 50 anos, maravilhosamente vestido com uma camisola branca de alças ultra justa de onde teima sair uma proeminente barriga, com um lenço com caveiras de acessório na cabeça e sem o dente da frente.

      Espanta, olha em redor para ver se estão todos a ver o mesmo que ela e, claro, solta uma desarmante e sonora gargalhada.


     CLSM - versão beata:

              Numa corrida ainda meia trôpega desequilibra-se, mas mantém a pose.
              Com a mão na cabeça: Ai zezus mê dês.


    CLSM - versão a quem raio é que tu sais?

             Está a brincar entretida (é de aproveitar!) com uma bola e vem outra criança e tira-a.
             Sorri e diz: Obrigada!

(Obrigada, mas como obrigada? É verdade que, com isto, já me apercebi que digo obrigada a toda a gente e por tudo. E está bem, muito bem, que tenhas aprendido por imitação, sem que alguma vez te tenha dito para agradecer o que quer que seja. Mas quando te tiram um brinquedo?!! Caramba! Ai, vamos ter uma conversa antes de ires para a escola. Ai, vamos, vamos! Uma conversa igual à que a tua avó teve comigo. Bem, se calhar não tão igual, porque acabei por tentar tirar os olhos à primeira criança que me disse olá...)


  CLSM - versão afinal saio à minha mãe pelas portas:

          Mãe Patinha a conduzir, um bocadinho atrasada - que no meu mundo será um atraso de 30 minutos - e um bocadinho stressada - que nem sei explicar bem o que isso significa no meu mundo - atrás de um condutor que teima em percorrer o parque de estacionamento a 1Km/hora para ter a certeza que ali não há lugares, quando OBVIAMENTE o piso de baixo não tem nem um carro estacionado. "Eh, pá, sai-me da frente".

           "Ah, paiaço!"


Por isso, cautela! Muita cautela e tento na língua! Little daughter is watching you!


Beijo da Patinha *


     Espelho, espelho meu, haverá foto mais bimba do que eu?!

quinta-feira, 12 de março de 2015

Dúvidas existenciais




Como dizia ainda há uns dias aqui, o Sol já fez umas aparições surpresa para alegrar este fim de Inverno, o que é maravilhoso...

E aos primeiros raios do primeiro dia soalheiro, começaram os desfiles de camisolas de alças, mini-saias, calções, chinelas, sandálias e toda a demais parafernália veraneante. Mas que raio?!

E nem é por eu ainda tremer de frio (tenho frio desde Agosto do ano passado non stop!), embrulhada em mantas, com meias opacas e botas. O que me deixa mesmo estupefacta é pensar:

      - Mas esta gente passa o Inverno com a depilação e pedicure feitas?!!

E é suposto? É que eu claramente não recebi essa circular.

Vou ali depilar as pernas com a rebarbadora e já volto.

Beijo da Patinha *

terça-feira, 10 de março de 2015

Queimámos os soutiens, agora queimemos os saltos!!

A eterna boneca Barbie declarou que ontem (estou sempre atrasada à Coelho Branco) foi o dia nacional sem saltos!

A Sr.ª boneca fez 56 anos e qual a melhor forma de celebrá-los do que com um decreto? Eu também adoro decretar coisas.

Para efeitos de análise e pela graça da coisa, vamos esquecer esse pequeno pormenor da Barbie ser toda ela o estereótipo da beleza inatingível e fisiologicamente impossível - feministas estou convosco! - e o perpetuar de all things plastic. Vá, e um bocado pimba também.

Concentremo-nos então nos saltos ou falta deles.

Desde que me recordo, foram uma paixão, apesar de não ter exemplos em casa. Usei-os a partir dos 15 anos e foram sempre subindo em altura. Nos meus 20, ninguém me via sem ser com um acrescento de pelo menos 15 cm aos meus 172. Aos 30 já fui alternando com alguns rasos, mas permanecia fã incondicional daquelas muitas obras de arte que fui colecionando.

E depois caí dos saltos aos 4 meses de gravidez. E depois fui mãe.

Nunca mais usei saltos. Essa foi a minha revolução. 

Nunca mais tive, de a meio da manhã, tirar os sapatos discretamente por baixo da secretária porque já não sentia os pés de tão gueixa que estava. Nunca mais tive de pensar que não poderia ir a qualquer sitio mais distante, porque "com estes sapatos não consigo". Nunca mais tive de ser malabarista Cardinalli nestas calçadas que nos matam. Nunca mais tive de pôr os pés em água ao chegar a casa a olhar fixamente para a sola, porque jurava que estavam ali labaredas. Nunca mais sofri horrores.

E a liberdade? O poder dar uma corridinha à galinha para apanhar o verde. O poder apressar o passo e ultrapassar 3 ou 4. E dar um pulinho de felicidade! Ai, a liberdade!

E ser mãe de saltos altos altíssimos? Gostava de poder dizer que as admiro. Mas não é verdade. Não as percebo.

Preciso de poder correr com a CLSM, saltar, baixar-me ao nível dela para lhe falar olhos nos olhos, sentar-me em todas as soleiras das portas que encontramos na rua. Preciso novamente de explorar o mundo.Não posso ser mãe só em casa já com as pantufas.

E podem as mães dizerem, que dizem, que conseguem fazer tudo mesmo nas alturas. Mas poupem-me. O equilíbrio, a leveza e a vontade não são os mesmos. Ponto.

E às vezes dou por mim a observar mulheres a tentar manter a classe e equilíbrio em travessias impossíveis e fico a pensar como é que um objeto de arte se transforma num objeto de tortura? E olho novamente e só vejo sinceramente o ridículo. Para quê se equilibrar naquilo?

Mas também quando deixei de fumar não conseguia perceber o ridículo de andar com um pau na mão e a queimar papel na boca. E agora voltei a perceber muito bem. São talvez perspetivas contextualizadas nas circunstâncias e no tempo.

Continuo a ter a minha coleção de saltos religiosamente guardada. Mas acho que agora não passam disso, artefactos religiosos.

Este dia nacional sem saltos foi, claro, patrocinado. A marca associada é a Cubanitas e o prémio do passatempo (sim, pelos vistos havia um passatempo) eram estes...botins/galochas?





Para andar com isto calçado? Preferia andar de saltos altos...

Beijo da Patinha *







domingo, 8 de março de 2015

Hoje chegou a Primavera!


Hoje a CLSM dormiu até às 9h e, louvem-se os Céus, nós também! Um luxo!

O pai depois teve de ir trabalhar, que é como quem diz, nhanar nhinheinhinho pá bébé, e fiquei a engendrar o que as meninas haveriam de fazer para se entreter.

Quando abri as janelas percebi que, finalmente, estava calor. É que já não se aguentava com este Inverno de Winterfell (sim, sou uma Guerra dos Tronos geek!).

Está calor! Vamos fazer o que te prometi há tanto tempo que faríamos quando estivesse menos frio: brincar com ÁGUA!!!  

Ela regou de mangueira, de regador, brincou com um escorrega de água e basicamente chapinhou, molhou-se, molhou-me e  molhou tudo à volta.

Tão feliz. Tão felizes.

E de repente começam a cair dezenas de sementes de sumauma e encheram o céu de branco, como se de neve fofa e quente se tratasse.

Ignorei o bom senso de me preocupar se ela seria alérgica como o pai e corremos a apanhar as sementes e a tocar para sentir aquele macio que tanto me lembra a infância.

E debaixo daquele Sol ainda tímido, todas molhadas e num momento cúmplice, afaguei-lhe os papelotes em desalinho:

     - Meu amor, a Primavera chegou!

Ela com ar muito desconfiado, à procura dessa prima que ainda não conhecia , só olhava de olhos bem abertos e perguntava:

    -É?

     É, meu amor, a tua segunda Primavera!





Beijo da Patinha 


P.S- Entretanto descobri que o que sempre ouvi chamar de sumauma e, achava eu, era planta endémica da região, não é afinal sumauma. Não sei o que é.
Para todos os efeitos vai ficar eternamente sumauma!

sábado, 7 de março de 2015

Vida a preto e branco


Mesmo sabendo e sentindo que a nossa CLSM tinha vindo trazer um colorido especial à nossa vida, fiquei na mesma boquiaberta com esta prova, de tal forma pungente:



E isso levou-me a pensar se eu seria assim tão aborrecida... Tão branca com apontamento cinza...

Mas depois pensei melhor e cheguei à conclusão que não sou aborrecida. Eu sou é clássica!!

Adoro as minhas racionalizações! 


Beijo da Patinha *

quinta-feira, 5 de março de 2015

Declaração de amor

É qualquer coisa.

É qualquer coisa quando, esfaimada, vou para comer o pequeno-almoço que preparaste, como preparas todas as manhãs, e vejo isto:


É qualquer coisa que, no meio da azáfama da manhã, polvilhada pela minha dificuldade em sair da cama e atrasos constantes, te lembres que hoje celebramos 17 anos e 4 meses de namoro (ou 3 anos e 4 meses de casamento).

É qualquer coisa quando abro o guardanapo seguinte e deparo-me com isto:


É qualquer coisa todas as serenatas que me fazes, mesmo não cantando. O que às vezes até agradeço... ;)

É qualquer coisa tomares conta de mim. Fazeres tudo para que nada me falte, seja amor, segurança, um abraço, ou coca-cola zero e vinho branco no frigorífico.

É qualquer coisa aturares todos os meus devaneios, paranoias e manias.

É qualquer coisa seres o meu melhor amigo.

É qualquer coisa fazeres-me rir 10 vezes ao dia.

E, mesmo estando tu terminantemente proibido de ler este meu blog, sei que o vais ler.

E é qualquer coisa estares interessado em fazê-lo.

É qualquer coisa o Pai que és! Vivo feliz por saber que o nosso tesouro mais precioso ganhou o Jackpot no Euromilhões "Pai".

É qualquer coisa viveres em função de nós duas, do nosso bem-estar, da nossa felicidade. Ser esse o teu Norte.

É qualquer coisa amares como nos amas, com toda a profundidade do teu Ser, todos os teus músculos e veias.

Esta declaração de amor não é nada.

Porque tu, meu amor, tu és todas as coisas.

Beijo da tua mulher
A.K.A. Patinha

quarta-feira, 4 de março de 2015

Receita do dia

Bom dia, caras telespetadoras. Hoje trago-vos uma receita muito rápida, prática e deliciosa.  

Apesar do título e do intróito - que deve ser lido à moda da Filipa Vacondeus- este blog nunca será um blog sobre culinária. Quando muito, posso relatar a minha experiência no dia em que fritar um ovo ou semelhante. Isto é, se não pegar fogo à casa entretanto. Por isso, as minhas receitas são outras...



Hoje vou falar de uma coisa maravilhosa que dá pelo nome de bloglovin'.

Para quem é viciada em blogs (assumi-me aqui) é uma ferramenta super útil. É a coisa mais simples do mundo e tão bem pensada que é mais uma daquelas que eu penso "porra, porque é que eu não me lembrei de inventar isto?"

Basicamente, é um site onde se agrupam todos os blogs que gostamos e seguimos. Tudo no mesmo sítio, arrumadinho e organizado (ai, orgasmo neurótico!) e sempre atualizado.

E ainda enviam logo pela manhã um e-mail com todos os updates e sugerem blogs com base nos que seguimos.

A parte melhor, completamente gratuito e sem publicidades. Pelo menos ainda...

Quem é amiguinha, quem é?

Beijo da Patinha *


segunda-feira, 2 de março de 2015

Coisa linda de sua mãe #3


A CLSM está na fase de não querer mudar a falda. Mas aquele cheirinho não estava a deixar ninguém indiferente.

O pai, na sua infinita paciência:

    - Levanta os bracinhos, para um colinho especial!

Ela, com um ar de "já conheço o teu número", cruza os braços, faz bico e diz:

  - Não....

 O pai, entre o desarmado e o orgulhoso:

  - És uma sabida !

E parece que ela gostou da palavra nova, porque passou o resto da manhã a dizer:

  - Bebé fadida! 



E é! ;)

Beijo da Patinha *

domingo, 1 de março de 2015

Ooppsss!

Ontem fomos ao batizado do filho de uns amigos.

E, apesar de ter passado a maior parte do tempo que tinha para me arranjar agarrada ao telefone a tentar renegociar o meu contrato com a MEO (nada feito!), lá me aprontei!

E dei por mim, já na festa, a pensar: sim senhora, banho tomado (cabelo molhado, mas para isso se inventaram os rabos-de-cavalo), vestido que já não usava há algum tempo e não um dos únicos três que sabem o que é sair do meu vestuário, sem vestígios de papa, sopa ou futinha, sapatos com salto de 3 cm - que me mataram - mala a combinar e tudo o mais. Muito bem, hoje não há nada a apontar.

E enquanto me congratulava toda satisfeita, cruzei a perna e vi isto




Nota para o futuro: ter cuidado com os velcros dos sapatos da CLSM.

Beijo da Patinha *




quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

A queda da Madonna. A literal e a figurada.


Estive a ver este vídeo da queda da Madonna ontem, em plena atuação nos BRIT AWARD. 

Claro que, parvinha como sou, ri-me. É mais forte que eu. Não consigo deixar de rir quando alguém cai. Ainda quando é filmado não é mau de todo que ninguém está a ver. Mas e quando é ao meu lado? E é tão inconveniente que eu sei, porque sei, que se algum dia alguém cai num funeral, eu vou ser aquela que dá uma sonora gargalhada. Acho que até já sonhei com isso...

Mas então a Sr.ª D.ª Madonna caiu, o que nunca tinha acontecido em milhares de anos de carreira. Sim, porque é facto sobejamente conhecido que, na sua primeira atuação, o backup eram dinossauros de tutu.Mas todos esculturais!

E isso levou-me a pensar neste modelito que a rainha da POP levou aos Grammys este ano 


no famoso rabo ao léu e como o mundo desabou em crítica. 

Ai, que já não é para a idade dela, que é uma velha gaiteira, que não tem classe nenhuma, que é uma tentativa desesperada de parecer jovem, que está descaída e outras tantas pérolas de sabedoria.

Mas Madonna não é conhecida por ter classe, mas por ser irreverente, quebrar barreiras. E ao contrário do que se parecia prever, Madonna também envelhece.

Mas e então, deve passar a vestir fato de calças com sapatos ortopédicos? 

Percebo que a maior parte das pessoas, à medida que envelhecem, vão mudando o estilo, o gosto e aquilo com que se sentem à vontade. Aliás, não me via  novamente com cabelo azul e piercings. Não porque não ficasse bem, mas porque já não me apetece. Simplesmente.

Mas há pessoas que não são assim, cuja criatividade e necessidade de sair da norma lhes está entranhado e não morre com o passar dos anos, só porque eles passam.

Conseguem imaginar uma Patricia Fields ou uma Vivianne Westwood de vestido preto com pérolas? Se fizessem estavam descaracterizadas, acabadas, velhas. 

Será que estas mulheres só têm duas opções: ou "disfarçam-se" ou enclausuram-se em casa com um "I want to be alone" à Garbo? Não, permanecem fiéis a si próprias.

E assim é a Madonna. Já se esperava.

E as mesmas pessoas que a atacam são provavelmente as que vão para o facebook vomitar aqueles lugares-comuns que me arrepiam os (muitos) pêlos na nuca como: "a idade é um estado de espírito".

E são as mesmas que davam a unha do dedo mindinho para ter aquele rabo.

Beijo da Patinha *   








quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Das arrumações ou crónicas de uma neurótica






Ando completamente em modo neurose. 

No quinta-feira antes do Carnaval, já com o fato da CLSM todo pronto e reluzente, dei que teria cerca de 30 minutos do meu dia livres. Ai! E agora?!

Vou ler qualquer coisa que não seja Brazelton. Qualquer dia não sei dizer batata duas vezes, de tão estupidificada. E um copo de vinho a acompanhar. Para estupidificar.

Não, vou finalmente arranjar as sobrancelhas e este bigode que o look de Frida nem no Carnaval pegou.

Não, já sei! Vou finalmente organizar a gaveta dos fios e carregadores como aquelas que vejo no Pinterest. Sim, com o cartão dos rolos de papel higiénico e tudo.  

Pessoa normal: arruma, congratula-se e voilá. 

Mãe Patinha Neurótica: também era bom arrumar o armário por cima da TV para arranjar espaço para os álbuns de fotos da CLSM. E ainda tenho de escolher as fotos para imprimir e fazer os albuns. É melhor ir buscar a agenda - minha ini(a)miga inseparável - para apontar o que tenho de fazer. 

E se tenho de tirar as jarras do armário, tenho de baixar as prateleiras e arranjar outro espaço para as jarras. O melhor é pô-las ali no armário das bebidas.

Mas o que faz esta bebida aqui? Deveria estar na despensa. Mas o que se passa com esta dispensa, que não se consegue tirar um pacote de chá de frutos vermelhos sem levar com uma lata de atum a meio dos olhos.

Tenho de organizar isto. E ir ao supermercado.

O que eu deveria fazer era reorganizar o organizador de sacos de supermercado. Diz que agora vão ser para cima de uma fortuna. E os sacos de papel também ficariam melhor num daqueles caixotes de madeira.

Deixa-me só ir ali buscar a fita métrica para ver de que tamanho terá de ser o caixote. E já agora ver online onde é que o posso comprar.

O que é que ia buscar mesmo? Ah, a fita métrica. Mas onde é que ela está? Precisava tanto de uma caixa de costura... Na realidade precisava era de um cantinho para os meus lavores. Assim à antiga, com lugar para as máquinas, as fitas e os botões. E com rendinhas.... 

    - Ba ba ba ba ba ba (voz da professora do Charlie Brown)

    - Mas como ir embora? Eu tenho meia hora! 

     - Ba ba ba ba ba ba!

    - Como já passaram 30 minutos? Impossível!

E passaram. 

Tenho uma lista infindável de coisas para fazer. E escritas na AGENDA o que, no meu mundo, equivale aos Dez Mandamentos.

Vou tirar um dia de férias depois do Carnaval para fazer tudo. Ou quase tudo (na verdade, olhando para trás, não fiz quase nada).

E não arrumei a gaveta dos fios e dos carregadores como aquelas que vejo no Pinterest.

Beijinho da Patuda *



terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

O primeiro beijo na boca

É verdade. Aconteceu.

Maria do Carmo deu o seu primeiro beijo na boca. 

Assim, sem uma apresentação, sem uma conversa fiada, sem um jantar ou pelo menos um copo.

Vai ser fresca... 

Foi hoje, dia de Carnaval, pelas 17 horas. (Não sei porquê parece-me relevante indicar o dia e as horas como se de um delito se tratasse. Ossos de ofício e não o subconsciente a trabalhar, espero).

CLSM estava disfarçada de Wonder Woman com uma mega saia de tule, porque rabos gordos de fraldas daqueles merecem uma saia de tule. 

Ele estava disfarçado de polícia, de bigode e tudo.

Poderia ser uma série do AXN inspirada na Marvel, vendo bem.

Ela brincava com o cão dele, sem lhe dar sequer o ar da sua graça. Ele estava absorto numa qualquer difícil tarefa, como são quase todas quando se tem esta idade.

Até que esta Mãe Patinha - sim, fui eu a instigadora - se lembra de dizer:

    - Dá um beijo ao menino.

Ela estica-se e em bicos de pés vai dar um beijinho na bochecha, quando ele com as suas mãozinhas sapudas lhe vira a cara e ficam assim de lábios colados pelo que pareceu uma eternidade...

Na verdade foi ternurento, inocente e de derreter o coração.

Ela sorri e diz: 

     - Xau! (esperta!)

Olho rapidamente para o papá para perguntar se ele tinha visto. E ele que não. Como não? Estás aqui ao lado e a olhar para ela. Tens de ter visto. Mas não, que não viu.

Percebem, não percebem? 

E passou o momento e eu embevecida, com o único lamento de não ter filmado.

Isto até, horas depois, ter comentado com a BFF, que simplesmente me perguntou como é que me tinha sentido.

Pois, realmente! Eu deveria ter sentido alguma coisa.

Deveria ter sentido o mundo escapar-se-me por debaixo dos pés, a terra a engolir-me, os cavaleiros do apocalipse a virem na minha direção e todas as pragas do Egipto (recuso terminantemente o "Egito") com o meu nome escrito!

É porque, afinal, eu sou a mãe que fica horas a despedir-se da roupa que já não lhe serve, a que, se ainda estivessemos nos tempos da VHS, gastaria a fita de tanto rever os vídeos de quando ela nasceu, a que olha para uma menina de 18 meses que já não é bebé e, 1 em cada 10 vezes, fica com os olhos marejados com a rapidez com que ela cresceu. Sim, eu sou a mãe que inventou o "colinho de bebé" para poder pegar em 12 kg, como se de facto ainda de uma bebé se tratasse...

Pois sou. Mas também sou a mãe que já sabe do que ela se vai vestir no próximo Carnaval, que se põe a imaginar todas as canções e coreografias (elaboradíssimas!) que vamos inventar ao longo da vida, os filmes da Disney que vamos ver, a mãe que sonha com o dia de comprar os livros e os cadernos da 1.ª classe (ok, é mais pelas canetas, mochilas e afins), a que pensa como será a conversa sobre o período, a que vibra com a excitação dela na primeira saída à noite, nos nervos do primeiro dia de faculdade, antecipa as conversas pela noite dentro regadas a vinho (eu) e a gelado (nós),a que se emociona com aquele dia em que ela percorre o altar e com o momento em que ela vai descobrir a felicidade plena de ser MÃE...

Sou uma mãe com saudades do passado - ser saudosista está-me no sangue e entranhado nos genes -  mas sempre, sempre feliz e expectante por tudo o que ainda vem.

(Neste momento, sou uma mãe com um teclado salpicado de benditas lágrimas que teimam...)

E pensando bem (enxuga, enxuga), voltando ao beijo, poderia ser bem pior. Senão, vejamos: o moço era mais velho que ela, mais alto, engraçadito, tem um cão, trabalha (é polícia, é verdade, mas ninguém pode ser perfeito!), demonstrou espírito de iniciativa e soube deixá-la ir. Nada mau!

Não? ;) 

Beijo da Patinha *


P.S. - Se algures em 2045 estiveres a ler isto, Maria do Carmo, e não tiveres frequentado a faculdade, não tenhas casado nem tido filhos e vivas numa comunidade nudista no Sul da Califórnia onde se pratica a poligamia, não faz mal. A mamã ama-te na mesma. De qualquer forma, espero que tenhas feito a 1.ª classe...


domingo, 15 de fevereiro de 2015

Verdade universal #1

Não há nenhum telemóvel de mãe intacto!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A armadilha do elogio fácil

Sim, eu sei, como todos sabemos, que os elogios aos nossos filhos devem ser dados quando merecidos e ter como objeto o esforço e o processo e nunca a criança, sob pena de os inibir no futuro, com medo de falhar e não corresponder às expetativas que sente criadas.

Sim, claro que sei que devemos dizer: "muito bem. Esforçaste-te e conseguiste!", em vez de "és tão inteligente!". 

Sim, eu sei, como todos sabemos, que estar sempre a elogiar os nossos filhos por qualquer coisa que façam, som que produzam, passo que dêem é um grande erro, daqueles mesmo crassos desssa cartilha infalível da educação que ainda ninguém escreveu.

Sim, eu sei, como todos sabemos, que isso levará a que dependam sempre de validação externa, em vez acreditarem nas suas próprias capacidades.

Sim, eu sei isso tudo. 

E eu tento, a sério que tento.

A parte de incentivar a tentativa e deixar a CLSM (coisa linda de sua mãe, para os mais distraídos) lidar com as frustrações, até não me corre mal. Não é difícil, porque sei o que está em causa. Minha santa mãezinha, cheiinha de amor e com a melhor das intenções, substituía-me em todas as coisas que não sabia/não queria fazer. (Isto aparte de tudo o que tivesse a ver com o estudo, porque essa era a minha praia, era a minha responsabilidade. Tão bem que ela esteve aqui...). Mas em tudo o resto, era fácil deixar que a mamãe tomasse conta de tudo. Não é bom.

Isso até consigo fazer. Mas a muitissimo custo! Só Deus sabe o que tenho de me contar para não ir lá encaixar aquele macaco no buraco que OBVIAMENTE é do macaco!! Eu suo, eu mordo o lábio, mas aguento-me à bronca!

Agora a outra parte, a de não me entusiasmar com tudo, essa então é do caraças! Só me apetece estar sempre a dizer-lhe que é maravilhosa, esperta, inteligente e a melhor criança deste planeta, portanto, o que todos os pais acham das suas obras.

Mas não me tinha ainda apercebido quão grave isto era, até ela começar a dizer, depois de qualquer coisa que faça, com um ar muito satisfeito:

- Boá! 

Ai, meu Deus, o que é que eu fiz?! Criei um daqueles seres odiáveis que se vangloriam por dá-cá-aquela -passa! Aqueles seres abomináveis que precisam de se afirmar por tudo?!! Nãaaaaaaaaaaaoooooo!

Momento de pânico e dúvida parental existencial!

Respira. Pensa. Mudança de atitude.

CLSM consegue fazer uma torre pela primeira vez! Mãe Patinha a ver, deixa-se explodir de orgulho e de braços levantados, batendo palmas, pulando que nem louca, entoa um sonoro:

- Razoável, meu amor! Muito razoável!!!! 

Muito melhor, não? ;)

Beijo da Patinha *


Toddlers and tiaras aqui vamos nós!!!




sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Coisa mais linda de sua mãe #2


A minha Maria do Carmo, coisa mais linda de sua mãe (doravante CLSM) não acha muita graça a bonecas e bebés chorões. No topo da sua sapiência de 18 meses, achará com certeza que o seu único propósito é servir de arma de arremesso ou boomerang. E porque não?

Por isso mesmo, qual não foi o meu espanto quando ontem pegou num bebé desses (careca e feio, por sinal), fez-lhe festinhas, deu-lhe colo e biberão, tudo com imensa calma, dedicação e graciosidade.

Escusado será dizer que esta Mãe Patinha ficou embevecida a ver tão ternurenta cena.Como está crescida a minha bebé...

Depois, CLSM, com a mesma graciosidade, pega no dito bebé, coloca-o no fogão da sua cozinha de brincar, acende-o e ouvindo o crepitar declara como um sorriso de orelha a orelha: zá tá!

Adoro!

Beijinho da Patinha *



P.S. - A foto não é da CLSM, mas retirada de um blog chamado leitinho e suor! Really?!