Assumo. Sou uma stalker de bloggers! É assim que começo o meu dia, a ler o que os outros escreveram e não é um mau começo de dia.
Há uns dias, achei caricato que (quase) todos os bloggers que sigo/stalk tinham decidido experimentar as refeições take away do Pingo Doce. Blogue após blogue só via Pingo Doce, em caixas de plástico com papel aderente, em pratos do dia-a-dia ou em pratos elaborados para lhe dar um ar chic, a contento e gosto dos autores dos posts. Sinceramente? Deu-me vontade para rir!
Primeiro foi um riso daqueles à chico esperto: ah, já vos apanhei! Pensam que me enganam?
Passado o complexo de perseguição tão luso, ri-me a imaginar o que não cairia de comentários nas ditas páginas. E tenho-me divertido com isso...
Sim, porque isto da publicidade não é um assunto sério. Não é atentatório a nenhum direito fundamental. Não é caso de vida ou morte. Não é uma tragédia de faca e alguidar. Por favor, minha gente, dêem-lhe a importância devida! Tudo bem, que todos têm uma opinião a dar, ou não estivesse eu a fazer o mesmo... Mas relativizem, por amor da Santa!!
É certo que, na minha longa carreira de blogger de 3 publicações, nunca me tive de debater com o dilema ético de fazer ou não publicidade. Nunca sequer vou saber se o meu blogue - que às vezes é blogue e outras é blog - é lido, porque nem sei onde se vê o número de visitas. Por isso, não vou queimar neurónios a ponderar sobre a hipótese.
Resta-me opinar (e sabe-se que adoro opinar) na ótica de leitora/stalker.
Não me faz espécie. Tudo na vida é troca, é comércio, é publicidade. Mas prefiro quando é feito dentro de certos moldes, obviamente.
Gosto que contextualizem, que refiram que lhes foi oferecido, que foram convidados a conhecer. Acho mais bonito. Mais sincero, mais transparente.
E quem não o faz? Deve arder no nono círculo Dantesco? Deve ser banido ad eternum da blogoesfera? Não faço ideia, nem quero saber. Adiciono esse facto à lista de impressões que me levarão a formar uma opinião sobre a pessoa, o quê e como narra, descreve e divulga daí para a frente. E só isso!
E, na verdade, acho que esse é o problema fulcral: a falta de ideias próprias! Mas isto é tudo uma cambada de Maria Vai com As Outras (saudades tuas, minha avó)? Apesar de preferir que o refiram, só um acéfalo não percebe que aqueles produtos são oferecidos e os bloggers pagos.
E, como é óbvio, a publicidade e o marketing têm de adotar novas estratégias. Quem é que, na era das boxes e gravações automáticas se põe a ver anúncios de televisão? Acho que o último que vi ainda o rosa e o vermelho não se podiam combinar. Era um big no no! E o product placement nos filmes e séries? Vamos deixar de os ver à conta disso? Certo que há uns mais bem feitos que outros. A cena do Bridget Jones em que param o carro na neve para mudarem de condutor e, por acaso, faz-se um grande plano do carro durante 10 segundos é deplorável? É, sim senhora! E nem por isso eficaz, porque não sei dizer a marca do dito carro nem para salvar a vida! Mas e depois?
Ah, mas estes textos dos blogues são intimistas e cria-se uma relação especial com quem escreve e blá blá blá buhu, como li num comentário à publicação do homem sem blogue. E então, a ligação que temos com uma pessoa, faz com que o que seja proferido vire dogma? Se a minha melhor amiga faz um comentário sobre um restaurante que gosta (estou em crer que não será paga!), vou experimentar - se me apetecer - para ver se gosto. Ah, mas ela não tem ligação comercial a esse restaurante. Até pode ter, porque pode estar a falar do restaurante da cara metade. E aí? Ai, meu Deus o que é que eu faço? Ah, sim, vou experimentar - se me apetecer - para ver se gosto.
Em suma, entendam, assimilem, pensem, filtrem e RELATIVIZEM!
Beijos da Patinha
P.S. - Junto uma foto do take away do Continente na esperança que a concorrência me faça chegar alguma coisa a casa...