quinta-feira, 16 de abril de 2015

The never ending story - Parte II

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No capítulo anterior:

      Vida própria, galinha, desengalinhar, fim-se-semana, bla bla bla viagem, órgãos, não mexo uma palha para fazer o jantar, depois do jantar veio a loucura.


 ------ Apresentando o último capítulo -------


Foi a loucura, digo-vos!

Arrumados os pratos - continuei sentada na minha cadeira - tivemos uma noite insana de jogos de tabuleiro!

Sim, jogos de tabuleiro. E rimos até nos doer o baço.

Para que se entenda, a mensagem que recebi antes de ir, que há 4 anos seria "traz mais álcool. Muito mais álcool", foi desta feita "podes trazer um cremezinho para massagem? Estamos todos empalamados das costas".

E o que seria uma noite de excessos, confidências vergonhosas, conversas sem nexo e cheia a abarrotar de nada, deu lugar a uma noite cheia de tudo.

E divertida c'mo caraças.

E dei por mim a pensar que estávamos todos na mesma página. Senão na mesma página, pelo menos no mesmo capítulo. E nenhum destes meus amigos é casado, muito menos pai ou mãe.

E percebi que, se eu tinha mudado consideravelmente nos últimos tempos, a maternidade não pode ser o bode expiatório da coisa. Pesa imenso é um facto, mas não está só.

A verdade é que evoluímos, mudamos, repensamos prioridades e posturas, objetivos e ambições. Acumulamos experiências, passamos pelo tempo. 

Pronto, estou para aqui a engonhar e a evitar admitir como um vampiro evita o bronze que não vem em spray, mas vou dizê-lo: envelhecemos.

Inevitavelmente. É isso.

E não é o fim do mundo.

Cumprida que está a reflexão lapalissiana, rumemos adiante.

Descobri entretanto que não tinha rede no telemóvel. O pânico! E se precisam de mim e se acontece alguma coisa e se não sabem onde está aquela coisa importantíssima que nunca foi necessária até ao dia de hoje?

Junte-se uma cama desdobrável tenebrosa - massagem para quê? - que rangia de tal forma que me acordou cada vez que me virei durante a noite e pode dizer-se que não tive as mais descansadas cinco horas de sono de sempre.

Acordei cedo - apesar de estar há dois meses sem me calar sobre as saudades que tinha de dormir até tarde - porque o cérebro esqueceu-se de desligar.

E quando abri as portadas, vi isto. Só isto. Nada mais à volta, senão serra e mar.




E depois de respirar bem fundo e sorver, liguei ao fafá.

Estavam na Fnac a ouvir uma "senhoia" (Maria do Carmo)  histérica (papá) contar uma estória.

Porra, queria ser eu a levá-la.

Estava felicíssima e esteve super bem. Respirei de alívio.

Só perguntou por mim uma vez. Parei de respirar.

Como assim, estás a dizer isso para não me preocupar? Que não, que era a mais pura da verdade. Mas isso é tão estranho, não achas? Mas que foi assim sem tirar nem pôr.

Peguei no saco de papel, despedi-me com beijos, abraços e saudades e fiz-me à estrada.

O rádio já funcionava. A música da engrenagem do meu cérebro já é suficiente, obrigada.

Não deixava de ser estranho. E fui pensando nisso enquanto me tentava convencer que o que me intrigava era a análise da reação - dela - e não a quantidade de tristeza - minha.

Quando cheguei a casa fui recebida com beijos e  abraços que sofregamente colhi, mas que de alguma forma perniciosa me souberam a pouco.

Era como se nada se tivesse passado de diferente. Business as usual.

E dramática até à medula, passei dois dias a visitar uma encantadora espiral descendente.

Se era indiferente a minha ausência na área da minha vida a que mais me dedico de corpo e alma é porque ali eu era irrelevante. Porque falho. Porque também falho sistematicamente nos outros campos. Porque falho sempre em tudo. Porque sempre falhei em tudo e sempre falharei.

E é assim sempre que opto por colocar aqueles óculos que tenho no armário ao lado dos ray ban. Os óculos da estupidez melodramática obtusa.

Dei-me um par de estaladas imaginárias que me acertaram na mona em cheio, de tal forma que arrancaram os óculos.

E percebi que tinha de me deixar de tontices, para não dizer de merdas.

Conclui que se o mundo da CLSM não desabou porque a mamã não estava, é porque eu estava a fazer alguma coisa bem. Que estava a criar a criança forte e independente que tanto quero criar.

E fiquei tristemente feliz.



Dias depois, voltei a ausentar-me por duas horas.

Que hoje foi terrível, perguntou por ti imensas vezes.

E fiquei felizmente triste.

Olá, espiral! Há tanto tempo...



Mas quem tem paciência?!

Fiquemo-nos pela paisagem





Beijo da Patinha *




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