Este fim-de-semana que passou a família Patinha Gato foi ao primeiro grande evento infantil.
Daqueles a sério. Num jardim.
Com largas centenas de crianças. Que gritam.
Com música alta. Muita alta.
Com atividades de onde eles não querem sair e há 3 birras por nanosegundo.
Pensei que seria o fim.
Já tinha ouvido falar sobre experiências em eventos semelhantes. Coisas do Panda e afins.
As crianças, os gritos, o calor, a desafinação.
Surreal. Ouvia o que me contavam muito ao longe e com vozes distorcidas. Não, isto não existe. É história de terror. É distopia.
Pobres coitados, pensava.
A hora a que iam para essas "tortúlias" - ai, que neologismo delicioso- era, muitas vezes, a horas a que eu chegava a casa vinda de uma noite bem vivida.
Triste fado.
Mas não. Como sobre tantas outras coisas, estava redondamente enganada.
Não só sobrevivi como gostei. Bastante.
E fizemos tudo a que tínhamos direito.
Um piquenique. Com toalha e tudo. Aula de zumba. Insuflável. Ver as tendas das profissões. Derreter ao Sol.
De repente nós somos os tais. Os que viraram pais.
E em vez de ter pena, identifiquei-me. Sorri ao ver mães e pais a dançar com os filhos, a tirar 30 fotos aos seus meninos no insuflável - quantas fotos de saltos desfocados serão necessárias para entender? - e pais com chapéus floridos tamanho 2 anos na cabeça.
Ah, e isto, que é sempre um sucesso:
O clássico homem que é macho e pai que se preze tem de andar de mochila da Minnie. Tem de ser.
Ou então este caro senhor progenitor numa sequência animada:
É sempre a mesma coisa. Vão para sabe-se lá onde e deixam-me aqui a derreter ao Sol. Raios partam! |
Ainda por cima sou sempre eu que fico com a mochila. Mas tenho ar de mula de carga? |
'Xa cá ver uma coisa que isto ninguém 'tá a olhar. Será que estas alças mexem? |
Oh, parece que sim. Olaré! Basta dar um toquezito aqui, desliza e toma que já está. |
Mas será que vai caber? Vamos ver, vamos ver... Eu estou mais magro, pode ser que dê... |
E já está, meus amigos! As sopas estão a resultar! É só endireitar a gola e estamos bem. |
Sim, sinto-me confiante. Portentoso. Mas para onde estás a olhar, tu com o chapéu? |
Finalmente chegam. Onde andaram? Já tenho a careca a arder... |
Vai, vai, Micaela, que eu e o Noddy ficamos aqui à vossa espera. Para irmos para casa rapidinho, meu amor. |
Sobrevivemos. Gostámos. Fomos felizes.
Se estar muito bem organizado e só termos lá estado uma hora e meia ajudou ao sucesso da coisa? É provável.
Se vamos repetir? Estou neste momento a tentar comprar bilhetes para um concerto da Xana Toc Toc. Façam figas!
Beijo da Patinha *
P.S. - No evento estavam montadas tendas sobre diversas profissões. Coisas tão maravilhosas como "queres ser optometrista?". Tendas com acessórios relacionados com cada uma das profissões, com profissionais de cada área que explicavam o mais importante dessa área. Tendas cheias de gente e de coisas. E depois havia esta:
Queres ser jornalista? |
Nada. O vazio.
Maria do Carmo, se algum dia leres isto e estiveres a pensar ser jornalista como o papá, lembra-te do que aprendemos hoje.
(Não resisti à provocação, SG)
*
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